De acordo com o Datafolha, Jair Bolsonaro (PSL) larga com vantagem de 16 pontos sobre Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições presidenciais
Na primeira rodada do Datafolha no segundo turno da corrida presidencial, Jair Bolsonaro (PSL) lidera com 58% das intenções de votos válidos ante 42% de Fernando Haddad (PT).
A forma de contabilizar os votos utilizada pelo instituto exclui os brancos, nulos e indecisos, que é a metodologia empregada pela Justiça Eleitoral no dia da eleição, marcada para 28 de outubro.
Em relação ao resultado do primeiro turno, realizado no último domingo, 7, o capitão reformado cresceu 12 pontos, enquanto o ex-prefeito de São Paulo avançou 13.
A maior vantagem de Bolsonaro está na faixa de renda que varia entre cinco e dez salários mínimos e acima de dez, da qual detém 62% de preferência. O militar amealha 58% das intenções de voto entre quem possui ensino superior.
Haddad tem melhor desempenho entre os mais pobres (renda familiar média mensal de até dois salários mínimos) e no eleitorado cuja escolaridade é somente o ensino fundamental: nos dois segmentos, o petista chega a 44%.
O Datafolha entrevistou 3.235 pessoas em 227 municípios. Todos os questionários foram aplicados ontem. A margem de erro do levantamento é de dois pontos para mais ou para menos.
Brancos e nulos somam 8%. Apenas 6% se declaram indecisos. A pesquisa foi contratada pelo jornal Folha de S. Paulo e a TV Globo.
A sondagem também verifica a performance dos dois presidenciáveis por região no País. Como no primeiro turno, Bolsonaro manteve a dianteira no Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte. O deputado federal só é derrotado no Nordeste.
Na região, reduto petista, Haddad obtém 52% dos votos totais contra 32% de Bolsonaro. Os resultados mais expressivos do parlamentar estão no Sul, onde vence o adversário por 60% a 26%, e no Centro-Oeste, onde alcança 59% contra 27% do concorrente.
Considerando-se apenas o eleitorado feminino, Bolsonaro está tecnicamente empatado com Haddad: 42% a 39%. Entre homens, todavia, ele passa a liderar novamente fora da margem de erro, agora com 57% ante 33%.
Segmento que impulsionou a campanha do militar na reta final da primeira etapa da disputa, os evangélicos aderem em maioria a Bolsonaro: 60% afirmam que votarão no candidato contra 26% de Haddad. A diferença é menor entre os católicos, mas ainda assim favorável ao deputado: 46% a 40%.
O instituto perguntou ainda quando o eleitor havia decidido o voto no primeiro turno. De acordo com a pesquisa, 12% responderam que no dia do pleito; 6% disseram na véspera; e 63% asseguraram que um mês antes de irem às urnas. Entre "bolsonaristas", o percentual de antecipação do voto é superior 72%.
Desde a democratização, todos os candidatos que começaram a fase decisiva da corrida eleitoral com vantagem superlativa de votos acabaram se saindo vitoriosos ao final.
Nenhum, porém, salvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2002, havia partido de um patamar tão alto.
A pouco menos de 20 dias das eleições, Haddad precisaria crescer arrancando votos diretamente de Bolsonaro, já que uma parte do eleitorado do ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado na disputa, começou a migrar para o candidato do PT.
Distante 16 pontos do capitão da reserva, Haddad tem de torcer por um fato novo ou um erro estratégico na condução da campanha de Bolsonaro.
Outro trunfo é potencializar as participações nos debates. E mesmo aí Haddad enfrenta uma dificuldade: por recomendação médica, o rival está proibido de realizar atividades de rua ou integrar debates até o dia 18 deste mês.
Após avaliação de junta médica, o postulante do PSL ao Planalto só vai retomar a campanha a dez dias da votação, a tempo de ir apenas aos debates da Rede Recorde, de Edir Macedo, aliado de Bolsonaro, e da TV Globo. Os encontros estão previstos para os dias 21 e 26 deste mês, respectivamente. (O Povo - é parceiro de oxereta.com)